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SÍNDROME DE QUERVAIN

A síndrome de De Quervain é uma tenossinovite, ou seja como um espessamento inflamatório da bainha tendínea do extensor curto e abdutor longo do polegar.

Os movimentos de extensão e abdução do polegar (distanciamento do índice) são permitidos principalmente por dois músculos que originam no antebraço e se encaixam no primeiro dedo: abdutor longo e extensor curto do polegar.

Os tendões destes músculos deslizam em uma bainha fibrosa que serve para reduzir o atrito durante o movimento.

Os tendões e as cápsulas estão em um canal delimitado pelos ossos do carpo (mão) e o retináculo dos extensores, ou seja, um ligamento transverso, perpendicular aos tendões extensores da mão que lhe contém.
A inflamação da bainha causa um aumento no volume e uma estenose (estreitamento) do diâmetro interior onde deslizam os tendões, por isso são comprimidos.

A estenose ocorre no canal do ligamento transverso do carpo chamado o primeiro compartimento dorsal. Isso pode tornar-se um alto visível e dificulta ainda mais o movimento dos tendões.
Com a síndrome De Quevrain, o movimento do polegar será executado com muito atrito interno dos tendões no lado interno da bainha, auto alimentando a inflamação.

CAUSAS

Apesar da tendinopatia normalmente ser descrita como uma LER, lesão por esforço repetitivo, não existe uma prova concreta de que a realização de movimentos repetitivos, como digitar no celular ou computador, escrever ou até mesmo realizar atividades do dia a dia possam causar a doença.

O Prof. Elenilton Picoli cita "que é normal observar que o uso excessivo das mãos e dos dedos podem sim agravar a situação, mas apenas naquelas pessoas que já possuem a lesão". Isso significa que deve-se ter outras causas envolvidas no agravamento desse paciente. Uma dela é que a inflamação da bainha do extensor curto e abdutor longo do polegar afeta principalmente as mulheres que têm entre 45 e 65 anos. 

Outra causa é a susceptibilidade para a tendinite - representa um importante fator de risco para a tendinite da mão, o mesmo paciente também pode precisar de cirurgia para o dedo em gatilho e a síndrome do túnel do carpo.
Nos homens ocorre principalmente em pessoas que fazem esportes ou trabalho manual com movimentos repetitivos que causam uma sobrecarga a nível do tendão do polegar e do punho.

As atividades que mais frequentemente causam a síndrome de Quervain são jogar, digitação, crochê e costura.
Após o parto, as novas mães têm um desequilíbrio hormonal devido à gravidez, bem como o esforço para criar e manter o bebê em seus braços, por isso podem inflamar os tendões do polegar.
A origem pós-traumática é uma causa mais rara, mas depois de uma queda, é possível desenvolver essa patologia.

Para Prof Picoli,  "apesar da doença ainda não possuir uma causa específica, seu agravamento geralmente está ligado às atividades repetitivas que realizamos no cotidiano, e ela pode surgir após um parto por conta de alterações hormonais e uso do punho, além de normalmente aparecer depois de uma fratura prévia no pulso".

SINTOMAS

Dor na mão

Mão inchada nas dobras do punho, a nível dos extensores do polegar da bainha

O inchaço visível não é um crescimento do osso como pensam muitos pacientes, mas fluido inflamatório.

Como todas as tendinites, o desconforto ocorre com a pressão e o alongamento do tendão.

Os sintomas ocorrem no punho, mas as pontadas podem chegar ao lado dorsal do polegar e ao longo do antebraço.

É possível sentir a dor à noite, se dormir sobre a mão ocorre uma exacerbação do desconforto pela manhã, alguns pacientes se queixam de um formigamento no polegar.

Os movimentos ou as tarefas mais dolorosas são: girar a chave, abrir uma garrafa ou uma lata, segurar uma panela, escorrer o macarrão, etc.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é principalmente clínico, o médico irá verificar a cartela clínica do paciente que muitas vezes apresenta os fatores de risco e a idade do início característica.

Sucessivamente realiza a digito-pressão sobre os tendões extensores do polegar para ver se isto agrava os sintomas.

O exame característico da síndrome de Quervain é chamado sinal de Finkelstein, consiste em apertar a mão com um punho com o polegar por trás dos outros dedos enquanto isso dobra o pulso lateralmente em direção ao dedo mindinho.
Se este “alongamento” dos tendões do extensor curto e abdutor longo provoca dor intensa a nível do pulso na região mais próxima ao polegar, o teste é positivo.

O diagnóstico diferencial serve para excluir outras doenças músculo-esqueléticas na mesma área:

Fratura do escafóide
Fratura do rádio
Artrose entre os ossos do carpo ou rizartrose
Para confirmar o diagnóstico da síndrome de De Quervain é suficiente uma consulta com um especialista ortopédico, o médico pedirá uma ultrassonografia para avaliar o estado dos tendões.
A radiografia pode ser útil apenas para descartar fraturas ou inflamação por artrose.

TRATAMENTO

Se a dor apareceu recentemente e é suportável, o medico pode prescrever uma terapia medicamentosa com anti-inflamatórios e uma órtese que fixa o polegar e o punho para evitar o estresse.

Entre as terapias para a tenossinovite de De Quervain estão a fisioterapia instrumental, os fármacos, a órtese, infliltração e, se não tiverem sucesso, pode ser recomendada a cirurgia.

Se estas medidas não bastassem, as outras terapias são infiltrações de cortisona e fisioterapia manual que serve para remover a causa da doença.

Segundo Prof Elenilton Picoli, "as Infiltrações locais de corticoides e tala no polegar ajudam de 70 a 80% dos casos". A ruptura do tendão é uma complicação rara da infiltração e pode ser prevenida pela infiltração na bainha tendinosa, evitando-se infiltração de corticoide no tendão. A localização intratendinosa da agulha é provável se a infiltração for de encontro a uma resistência moderada ou grave. Às vezes, utiliza-se orientação ultrassonográfica.

Se todas as terapias conservadoras são insuficientes, o médico pode recomendar a cirurgia.

A operação para a síndrome de De Quervain consiste em abrir a bainha do tendão e fazer a limpeza dos tecidos.

A cirurgia é realizada sob anestesia local em cirurgia ambulatória e dura apenas 15 minutos.
A reabilitação não é necessária se a operação ocorreu bem e a condição pré-operatória do paciente era boa.

 

Autor(a): Prof Elenilton Picoli - Educador Físico, Fisioterapeuta e Osteopata DO

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